No dia 25 de junho é celebrado o Dia do Imigrante, uma data que busca valorizar e reconhecer a contribuição dos imigrantes para a sociedade brasileira. Nesse contexto, é importante refletir sobre a realidade dos refugiados urbanos, pessoas que se veem obrigadas a deixar suas casas e buscar segurança em outras regiões devido à violência urbana.
O processo migratório, seja dentro das fronteiras do país, ou externo, traz em si, uma série de desafios que impactam o cotidiano dos migrantes. Esta realidade se exacerba quando as razões da migração são alheias aos desejos dos indivíduos ou grupos. Os refugiados urbanos são indivíduos que são forçados a deixar suas residências devido à violência generalizada, perseguição, conflitos territoriais ou violações dos direitos humanos.
A violência nos grandes centros urbanos, cria um ambiente hostil e inseguro para os refugiados urbanos, é o que explica a conselheira do XI plenário do CRP 11 Andréa Esmeraldo. “Os refugiados urbanos estão expostaos à um conjunto de violências decorrentes da permanência em determinado território. Além do próprio direito à vida, este sujeito é responsabilizado pela integridade de seus familiares. Em um novo território passa por situações de discriminação, vergonha e humilhação, além de conviver com o estigma de pertencer a determinado grupo social. Por tudo isso, expressam um sofrimento ético-político, que, grosso modo, é a percepção de estar sofrendo uma injustiça social.”, relata a psicóloga.
Nesse contexto, é importante que as políticas públicas e os serviços de apoio estejam preparados para lidar com a realidade desse grupo. Ações que visem promover a inclusão social, garantir segurança e oferecer suporte psicossocial são fundamentais. E as instituições públicas desempenham papel crucial para a mudança dessa realidade de insegurança.
Portanto, o Dia do migrante oferece uma oportunidade para refletirmos sobre a importância de ações que visem o enfrentamento às relações sociais que desencadeiam estes processos. Cabe a nós exigir do estado políticas públicas efetivas, que tragam para os territórios vulnerabilizados pela pobreza ações que ultrapassem o olhar da segurança pública e atue promovendo saúde e proteção social nestes territórios. Cabe à psicologia, enquanto ciência e profissão ampliar as produções teóricas e práticas sobre o tema, e utilizar o nosso arcabouço teórico, ético e metodológico para efetivar uma intervenção pautada na dignidade dos sujeitos e coletivos com os quais trabalhamos.
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